terça-feira, 23 de dezembro de 2008

E o último dia passou-se com muita correria depois daquele e-mail matinal!

Havia uma check list e havia que a cumprir para o bem da minha saúde mental. Não podia sair da Suécia sem fazer certas coisas.

Um último passeio na Avenida, um almocinho decente, uma caminhada à chuva, enfim coisas típicas de países nórdicos.

Começou com a fotografia ao Poseidon e com a caminhada onde vimos que até os cavalos são obrigados a festejar o Natal, porque têm gorros de Pai Natal (as fotografias já andam pelo blog).

Chegou então o almocinho num restaurante onde tínhamos uns bifes de graça com uns cartões que íamos carimbando. À mesa estava o Nuno, o Gonçalo, o Sílvio, o Mehrdad, o Kasra e eu. Penso que é fácil perceber quem é Iraniano pelo nome. Depois de o Barbosa aparecer no mesmo restaurante mas ter piado que queria uma mesa longe da nossa, foi os investimentos públicos Portugueses que ocuparam a ordem dos trabalhos durante a refeição. Norte contra a cidade importante de Portugal, Lisboa…

Mais tarde eu e o Nuno ainda demos graças a deus que o Sílvio não tivesse aterrado em Lisboa se não, com tantas obras na zona das pistas, ele ia ficar uma pilha. Saia-lhe logo que éramos uma cambada de ladrões, de chupistas…

Bom mas a refeição acabou e foi no decorrer desta que a chuva decidiu chegar para continuar até à nossa fuga daquele país. Pouco falava para fazer, mas o Erasmus Package ainda tinha de ser entregue. Fomos a casa por tudo na caixa e mais uma vez correr se desceu para não perder o autocarro. Mas o autocarro é fechado, a água não chateia, o problema era depois o caminho enorme pela frente. O Nuno ainda quis aguardar que a situação melhorasse mas eu penso sempre que pode piorar por isso não é cá com esperanças que me fiquei. Atirei-me por ali fora e posso dizer que fiquei um pingo autêntico, e eles, que também vieram, não ficaram melhor.

Depois havia que ainda passar pelo Supermercado para começar a gastar as últimas coroas. Já no caminho para casa o Nuno desapareceu e no lugar dele juntou-se a nós um velhinho de saco de plástico na cabeça.

Cada um à sua vida a partir daí e eu fiquei por casa a arrumar tudo. Às 8h chegou o Sílvio e às 8h30 o resto, Nuno, Gonçalo e Carla, para jantarmos. Foi a ultima refeição lá em casa, pizza com o apoio de guardanapos e copos do vizinho. Já não tinha mais nada em casa. Uns joguinhos de snooker para animar aquilo até às 4h da manhã mas a partir daí foi rota descendente até voltar a ver uma cama à minha frente, ontem à noite e já em Cascais.

Bom, começou por ter de fechar a mala, que se veio a adivinhar ter 27Kg, ter de limpar tudo para não ter problemas com o próximo inquilino. Depois o taxista mal-encarado que quando nos viu a aparecer com mala começou logo a ficar preocupado. Mas a cara dele piorava com o aparecimento de mais malas. Eu quando liguei disse que éramos 5 e que íamos viajar por mesmo muito tempo, talvez eles nunca tenham considerado que muito tempo pode ser tipo anos… No caminho ainda atirou com todos os talões ao chão enquanto tentava organizar tudo no carro e conduzir ao mesmo tempo.

Mas a grande aventura foi no check in do aeroporto. Uma fila a crescer, o balcão fechado e nós praí em quinto lugar da fila. Abriu e lá fomos nós criar confusão para passar sem pagar. Os 5 ao mesmo tempo, bagagem de tamanho fora do vulgar, uma senhor a substituir a senhora do costume… Bem iniciou-se o processo de charme que não teve qualquer sucesso, a certa altura as malas que tinham de ir para o Porto já estavam para Lisboa, as de Lisboa já estavam para o Porto, as etiquetas da malas de um no bilhete de embarque do outro, todas as malas eram de tamanho fora do vulgar…

Bom a confusão estava instalada e assim o primeiro passo cumprido. Agora só faltava arrumar tudo direitinho e não pagar excesso de carga. Vamos a isso.

Tivemos uma ajuda divina, que foi a chegada da senhora que costuma fazer o check in, portanto melhor não podia. Nova operação de charme e agora sem, estava quase no papo. Ela trocou tudo o que tinha a trocar e só fez dois erros, meter tanto a minha mala como a do Nuno no meu nome e não verificar que as etiquetas dos bilhetes estavam trocadas. Mas fez uma coisa muito boa, resultado daquela tremenda confusão. Não viu pesos nenhuns e assim eu posso dizer que nunca tive de pagar excesso de carga no meu Erasmus.

Bom agora era recostarmos no lugar do avião para uma viagem. E chegar ao avião? Foram 25 minutos de pé no autocarro dentro do aeroporto. Parecia que já estávamos em Portugal e tudo. Mas lá chegamos. Frio, mesmo muito frio entre o autocarro e o avião mas lá arrancamos com 45 min de atraso para ir fazer uma escala que estava planeada em 1h. O cinto revelou logo a sua importância ao levantar voo, quando acordei por os ventos não estarem a ser muito amigos e o avião, pelo menos cá atrás, andar a passear da esquerda para a direita e de cima para baixo. No final andava a hospedeira de papel na mão a dizer qual era a porta de embarque do voo a seguir porque toda a gente estava atrasada. Descansaram toda a gente a dizer que nenhum voo partia sem as pessoas, já nas malas ninguém falou, ou seja, se para nós correr de um terminal para outro era difícil, para as malas era impossível. Anunciei isso logo à Carla que tentou fechar os olhos e imaginar-se num lugar longe onde não me ouvia.

Segundo voo, foi com esforço para não dormir se não lá ficava eu outra vez sem comer e a fome apertava. Lá comemos e viemos a ver a vista porque neste país não há nuvens, portanto pode ver-se tudo.

Chegamos a Lisboa a horas mas depois de uma hora à espera das malas foi necessário ir para o Lost and Found. No caminho perdemos a Carla que tinha ido não sei onde mas encontramos a Maria Madalena. Bom, foi preciso dizer-lhe que isto me fartava de acontecer (mentira, era a primeira vez) para ela passar a Carla de novo.

Lá deixamos tudo tratado e cada um foi à sua vidinha para usufruir de um dia em Portugal. Um dia com muito para fazer, médicos, cabelo, visitar a sobrinha mínima… Só quando os meus olhos deixaram mesmo de focar é que desisti e fui dormir 13h para me recompor.

 

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O que se via às 4h da manhã quando o Mega Taxi chegou!
Foi o final de tudo.....





domingo, 21 de dezembro de 2008

A malta festeja por tudo, até os cavalos têm barretes de Natal. Eles bem dizem que é a cidade mais animada do norte da Europa!



O Grandioso Poseidon no seu maior esplendor!

O início da arrumação do quarto, que começou pelo Erasmus Package! Ele era copos, tachos, talheres, tudo na cama para juntar a tralha toda!

A grande chuvada fez ele andar com esta figura pela rua!

O derradeiro dia chegou e hoje lá para as quatro da manhã temos um mega táxi (para oito pessoas) estará aqui à porta para nos levar para o Aeroporto. Depois de 112 noites na Suécia, depois de muitas lavagens de roupa, depois de muitas viagens de autocarro e tram, depois de muitos passeios, depois de muitas idas ao supermercado a pé, depois de muitos pacotes de lenços, depois de quase um sabonete para lavar as mãos (porque sabonete líquido podia levar a que mais malta o utilizasse), depois de quatro desodorizantes e meio, depois de despachar muita coisa para o lixo, depois de muitos e-mails, depois de muitos minutos ao frio à espera nas paragens de autocarro, depois de muitos novos amigos, depois de quatro meses, depois de um grande investimento, depois de novos métodos de trabalho, depois de cozinhar muitas vezes e depois de muito mais, chega ao fim o meu Erasmus que tanto tempo me levou a convencer-me mas que acabei por fazer e sem qualquer arrependimento.

Esta última semana foi muito boa, mesmo apesar do exame de sexta-feira ter borrado tudo, mas como era opcional…

Na segunda-feira depois do primeiro exame marcámos pool e lá fomos nós à noite. A sala não é das mais quentes do edifício e o Nuno no caminho para a sauna passou por lá de t-shirt, fato de banho e chinelos, o que provocou na Kristin arrepios e tudo. Lixou-se por a Sauna estar desligada e demorar quase uma hora a aquecer, mas foi o momento de relaxe dele que ter um exame na manhã seguinte.

Por falar em salas quentes, tenho a dizer que o meu aquecedor do quarto funcionou ao longo do Erasmus mas muito pouco. A regra é que os quartos só têm de estar a 19ºC e para tal o aquecedor funciona quando é necessário para aquecer a parede por baixo da janela e é assim, mais que suficiente. Como é lógico que aqui ando na maior em casa de boxers e t-shirt, sempre sem frio.

Durante terça, quarta e quinta andei preso entre duas celas, o meu quarto de Ostkupan e a Biblioteca de Chalmers. Aprendi coisas e por isso é que não chateou estudar, mas é irritante gastar o tempo (sim porque não foi perdido) a estudar para não ver sumo depois de espremer o estudo. Mas sei o que é cultura, em que níveis se divide e que as crenças são as partes mais difíceis de alterar numa cultura. Também sei que gerir cultura só é possível com muito tempo.

Na sexta-feira, dia do exame, lá se foi à faculdade para tentar responder à panóplia de perguntas puramente teóricas e depois disso, festa. Fui muito bom, porque eu criei um grupo na internet para a malta da minha turma estar mais unida, haver uma transmissão de ideias rápida e tudo mais e esse trabalho foi reconhecido quando recebi uma mensagem de um dos membros que dizia o seguinte:

 

Guys!!!!

As you might know, Miguel, et al. 2008, is coming back to Portugal, and we want to thank him his legacy on the facebook.


After the MOCI exam 2-6 pm we are planning to go to an afterwork, please make your suggestions.
Then FOR SURE!!! we are going to Rio Rio and get drunk, dance salsa and fun over a boat!!

Don’t miss this great event because it will be free salsa lesson giving by Chris, Benoit and myself!!!!

 

Portanto, o meu rasto ficou marcado e não o que dele vão fazer, mas feliz já estou. E então, depois do exame lá fomos comprar umas pizzas, umas cervejas e jantar para casa da Iveet, autora da ideia. Aí vi que as minhas condições aqui neste prédio são muito boas. Grande jantarada numas águas furtadas, cujas fotos não sei se vou chegar a ter mas estão no facebook para quem quiser ver.

Como não sou o único empreendedor aqui na Suécia (aliás, aqui sou mesmo pouco empreendedor tendo em conta que para esta malta é tudo a uma velocidade) havia depois do jantar uma festa de despedida para os alunos de Erasmus num bar/discoteca. Foi sim uma grande noite e marcou a despedida pelo menos a mim enquanto estudante que vai voltar para a “terra”.

A ida para foi longa e morosa morosa por estupidez minha, uma vez que decidi ir andando mais cedo mas cheguei a casa à mesma hora do Nuno e do Gonçalo.

Ontem foi a vez da despedida dos Portugueses que vivem em terras longínquas como o Porto e Coimbra, com quem convivemos todos estes quatro meses, desde a segunda refeição na faculdade até hoje. Com quem muito aprendemos e a quem pudemos ensinar algumas coisas. De quem muita falta vamos sentir por as nossas casas deixarem de estar a menos de 5km umas das outras e com quem muito vamos contar para descobrir um pouco mais do nosso país.

Fui um jantar calminho, baseado em chouriços, presunto, pão, bacalhau que fez com que o plano de fuga do Vandame para ir a outra festa antes do Festu caísse por terra. E finalmente fui a um Festu porque consegui comprar os bilhetes com tempo, que desta vez não era necessário. Foi pena ser o Festu mais pequeno destes quatro meses e não estar muito bom, mas não podia faltar à maior festa da faculdade.

Acabou com a Teresa a querer verter uma lágrima por se despedir, mas a tentar contê-la. E nós voltamos para casa para dormir, plano esse que só pus em prática às 5h da manhã para poder actualizar o blog.

Hoje avizinha-se arrumações, limpezas, passeios e um novo país amanhã. Vou ainda escrever um e-mail à malta da turma a dizer adeus e a deixar um bom filme sobre Portugal, http://www.youtube.com/watch?v=OhsZZz34AEY, mesmo assim muita gente já foi a Portugal continental e ilhas, por isso o turismo em Portugal está a trabalhar a promover o país.

Aprendi muita coisa e grande parte foi sobre a Suécia e os seus 90.000 lagos (deve ser com as poças incluídas, porque são sempre imensas). Tivemos muita sorte com o Inverno, não choveu muito nem houve ventos fortes. Passei a viver dependente do gorro, luvas e cachecol, o cieiro também nunca me abandonou, o meu nariz funcionou melhor que o esperado, sem duvida que amortizei os ténis que comprei para trazer para aqui e tenho a dizer que trazer as botas foi um erro porque apenas as utilizei uma vez, mas nunca se sabe o que vem num país destes. A neve foi uma fraude e andar de bicicleta também. E há um mercado de uma coisa estranha com nicotina que se mete nos dentes porque não se pode fumar em sítio nenhum sem ser ao ar livre, nem no próprio quarto.

Por ver cidades como Estocolmo, Madrid, Tallin, Oslo, Karslatd e Copenhaga.

Sem mais demoras vou arranjar-me para passar à fase seguinte, verificar a estátua mais controversa de Göteborg, o Poseidon.

Um Feliz Natal àqueles que eu não vir e um Próspero Ano Novo. Amanhã pelo meio-dia Português, já estarei na Portela!

 

 

sábado, 20 de dezembro de 2008

Quentinho


Coisas típicas do Natal!

O grupinho!

A moça que tirou a foto de grupo!


O grupinho aqui todo composto, tudo em pé e com alguém a tirar a foto para que o enquadramento fique bom.


Mas como ninguém tinha confiança (coisas que nem eu deveria ter por ser a primeira vez que tentava) lá levei eu a máquina e o resultado foram fotos destas.

E julgam que aquela mãozinha e estar toda torta é para a fotografia? Não senhor, a queda era um risco eminente no decorrer da preparação da pose.

E aqui sim, Vandame no seu melhor estilo, parado!

É assim, o melhor a andar ele não era porque havia muitos cromos lá a treinar para o hóquei no gelo. Mas a cair, ninguém lhe fazia frente, pelo menos era o que ele dizia. 

Também tem de ficar registado que aquilo foi melhorando a um ritmo grande de minuto para minuto. Ah grande Vandame!
Primeiro os meus...


...depois os de quem não é capaz de fazer sozinho, não é Teresa?

Ideias originais!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A grande noite de despedida da malta da minha turma no Respect!


E os Portugueses também lá estavam para a asneira!

O grande símbolo de Göteborg!


A sinergia na cozinha!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Pois é, quando o estudo já chateia e não é obrigatório, a atenção foge para outras coisas!
Cá está, uma perna em cima de uma mesa a baloiçar e é de um Sueco, mas fiz questão de tirar a foto sem o moço perceber e por isso não se vê a cara.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O início de uma arrumação sem precedentes.


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

The Lemon Problem

The seller of a used car knows more about its performance and condition than the buyer can find out in a test drive; indeed the seller may be able to hide poor or even dangerous features of the car on the offer. This explains the large price premium of new cars over second-hand ones, because new ones come with a manufacturer's warranty. Solutions to this problem include trust ('would you buy a used car from this man?') which may be generated by: branding the dealer or offering additional warranties; buying a car with a known history; use of expert third parties to inspect the car; and sticking to bicycles.

Akerlof (1970)

É como tudo, o risco é uma coisa a pesar e quem é averso pode sempre andar de bicicleta...






Pois é, daqui a uma semana estou em terras Portuguesas a correr de um lado para o outro. Tratar de tudo em dois dias vai ser muito curto, mas lá estarei para uma nove etapa da vida, preparação do Natal.

Bom, mas a semana passada foi repleta de situações caricatas. Fora aquela “bufa, engraxadora e má colega” que quis fazer queixa de um membro do grupo, ainda houve um almoço com sangue à mistura e uma ida aos correios.

Pois é, quarta-feira foi o dia eleito para finalmente o meu nariz bater o pé e dizer que existia. Até então tem se portado de forma exemplar, e só para terem noção, ainda só gastei 31 pacotes de lenços desde que cheguei à Suécia, já lá vão 106 dias. Para quem me conhece, posso dizer que isto é muito bom porque é extremamente inferior à média de inverno, 1 pacote ao dia. Mas não foi esta média que abalou na quarta-feira, foi a de deitar sangue 6 vezes por ano numa altura estúpida sem qualquer aviso. De repente, eu a sentar-me à mesa e aquilo, pimba, nem deu hipótese. O Sílvio à minha frente que fica enjoado com sangue parecia um camaleão a trocar de cor, e o Nuno ao meu lado também não ficou lá muito confortável, mas eu pouco podia fazer. O maior problema foi o sangue que caiu nas calças, mesmo na braguilha. Foi uma situação constrangedora que se gerou ali. Ou de casaco ou de camisola à cintura, o que me obrigava a andar de t-shirt, que na Suécia… Bom, lá tive de aprender os truques de tirar sangue da roupa com leite a ferver e nesse mesmo dia tudo ficou tratado. Mas e se depois de tudo isto ainda me tivesse dado na real gana picar o Ci e ir a correr aos correios por as caixas no correio…

Foi mesmo isso que aconteceu, eu tinha comprado uns dias antes uma caixa nos correios do Nordstand (shopping no centro de Göteborg) e o Ci comprou no ICA Focus, outro centro. A mesma caixa, dois locais diferentes, caixas de cores diferentes. Lá fomos no autocarro, eu com a caixa branca, o Ci com a caixa azul, ainda abertas, porque até 5kg era um preço e depois até 20kg era outro e foi à chegada que a festa começou. Comprar fita ou pedir, tentamos pedir e correu bem, 1-0 para nós. O pesa da minha caixa era 4890g e a do Ci 5090g. Perguntámos se era na boa e a senhora disse que sim, 2-0 para nós. Fomos lá para umas mesas e foi pôr fita até mais não. As caixas não abriam por nada. Voltámos para enviar as encomendas depois de escrever quase um relatório e foi o contra ataque, mas disfarçado. Tratámos de tudo e cada um de nós tinha de pagar 27€. O homenzinho que nos estava a atender (e não vou ser mais expansivo na descrição para não chocar os leitores) apareceu com 2 recibos, um para mim de 36,90€ e um para o Ci de 37€.

2-1 E começámos a perder vantagem. Comecei a perguntar qual era o erro e ele explicou que nunca tinha visto aquela caixa branca por isso tinha de pagar como caixa exterior e que o Ci tinha mais 90g que o permitido. O Ci já suspirava e eu com a minha calma a dizer que era dos serviços dele, tinha até levado o talão da compra para o caso de haver chatice (era previsível). Em vez de marimbar e mandar aquilo a 27€ para cada um, começou a arranjar entraves, a ligar para os serviços centrais e por fim disse que então tínhamos de abrir as caixas, no meu caso para passar tudo para uma caixa azul toda igual, tamanho, desenhos, e no caso do Ci para tirar as 90g a mais.

2-2 Já nos tinham comido a vantagem toda. Fizemos aquilo tudo e voltamos a gastar fica como gente crescida, só para ficar 3-2 com a vitória do nosso lado. 27€ a cada um e acabou tudo comigo e com o Ci a sair do centro a rogar-lhe pragas até dizer chega.

No dia seguinte, foram apresentações, início de estudo e tanto a Carla como a Teresa a chatear para irmos comprar uns bilhetes por 12€ para ir a um jantar de Natal da Universidade de Göteborg que era buffet e era giro e tal.

À noite ainda tive direito a um jantar típico Alemão com o Matthias e a Kristin que moram aqui no prédio. Jantar esse, acompanhado com puré e umas coisas estranhas. Como estranho que sou estranho e não entranho. Mas a época era de estudo por dormir estava na ordem do dia e levantar cedinho na sexta-feira também.

Sexta-feira foi dos dias mais importantes para o sucesso do exame de hoje (segunda-feira) porque foi marcada uma aula de dúvidas e graças a deus, aprende-se muita coisa a ouvir o que os outros perguntam, mesmo assim o rendimento esteve pelas ruas da amargura. É importante dizer que nesta fase a minha atenção estava apenas direccionada para o resumo de toda a matéria em 22 páginas que me tinham dado.

Para pôr a moral em alta foi preciso ir a um After Work, de novo o brasileiro uma vez que o de Lindholmen estava fechado. Éramos só 4 e foi bom para ter uma noite calminha.

Sábado, o dia de mais um jantar, desta vez o tão aguardado jantar de Natal Sueco da universidade de Göteborg para o qual tínhamos pago 12€. Antes de tudo era importante estudar o dia todo, por isso às 8h30 estava já a chegar a Chalmers com a Teresa, essa grande ícone do estudo Português. Logo pela manhã, para enfrentar o grau negativo com que o ambiente nos presenteava, a Teresa vinha quase só de top. Disse-lhe logo para se agasalhar mas a resposta foi imediata: “estou a preparar-me para logo à noite, vou de vestido!”. As expectativas eram altíssimas, até faziam andar aí pelo frio a desafiá-lo.

O dia passou-se e a hora do jantar estava a aproximar-se. A grande dúvida de onde seria instalou-se até que novamente a Teresa entrou em cena e acabou com ela enviando um mapa com um grande círculo no nome da rua e incluindo na imagem o horário e trajecto que deveria ser utilizado. Fiquei perplexo, parecia que alguém como eu estava ali a enviar-me coisas. Por momentos fiquei confuso, mas lá alterei as coisas de modo a poder também opinar, sim esta parte é muito importante para mim.

Tudo muito pomposo, velas no chão a indicar o caminho, seguranças à porta, sítio para pôr os casacos e apenas 3 casas de banho para 300pessoas. Para ajudar à festa os pratos eram de papel, os talheres de plástico e as bebidas pagas à parte. Por sorte ofereciam um copo de uma bebida típica Sueca mas pediam para não deitar fora o copo porque só havia um copo para cada pessoa. A nossa expectativa estava a derreter-se, mas nós bem tentávamos que não fosse toda. Pelo menos havia papéis com cânticos nas mesas e velinhas. Mas chegou a hora do buffet. Como pessoas educadas que somos, fomos lá buscar a comida da nossa vez mas não trouxemos muito de nada por não saber se gostávamos. Correu mal claro. Não era suposto puder repetir, mas aqui o je, foi directo sem saber se podia e sem perguntar para não ter de ouvir um não. Quem perguntou…

No final do jantar, depois de começar as coisas típicas é que a nossa mesa animou com as variadíssimas proclamações:

  • Se ao menos tivesse pago 3€, mas foram 12€ (Carla);
  • Olha para aquele triste a fingir de pianista e a tocar 3 notas antes de cada música (Carlão);
  • Isto é ridículo (Nuno);
  • É preciso ter lata para mandar calar (Carlinha);
  • Se em vez de estarem sempre a reclamar, estivessem a aproveitar (Madre Teresa de Aguiar, é sempre tão boazinha…).

Foi com estas ideias que depois de uma procissão de um conjunto de jovens da nossa idade, mas completamente perdidos na vida, fomos buscar os casacos e nos pusemos em fuga do local. Afinal o tão ansiado jantar para o qual fomos ao engano, era um autentico barrete e dos fundos.

E assim se chegou a domingo, véspera do meu primeiro exame. De manhã tive de ir pôr roupa a lavar, e depois aproveitei que o Matthias ia ao supermercado para ir com ele. Mas novamente o meu coração palpitou. Ele ia de carro e seria boa ideia entrar no carro dele com ele a conduzir? Temi o pior, mas are só até ali ao supermercado e tudo acabou por correr bem.

Com a proximidade do exame, a eficiência do estudo melhorou exponencialmente e hoje lá o fui fazer depois da hora de almoço.

Dia 16 de Janeiro vou saber o resultado e até lá, muito ainda tenho de estudar para o exame de sexta-feira.

A arte de cozinhar!
Estou a ficar farto desta arte, é só isto que tenho a dizer. Por isso é que faço estas coisas estúpidas.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Pois é, aqui está o mega jantar, com toda a gente bastante animada e por isso aquela cara do Nuno!


E eu como de costume com a foto a mim próprio!

E enquanto uns se preparavam para comer com tanto afinco...

...outros pareciam estar perto do fim do mundo só porque a comida era mesmo muito má!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Caiu alguma neve, foi pouca e já derreteu, mas olha, foi o que se arranjou.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Aqui o GRANDE cheio de atenção às apresentações alheias!



E para que fique marcado que somos 57 alunos e que 2 fugiram, fez-se esta bela fotografia da turma! Reparem quem é que tem uma camisola de uma cor mais viva, estes Suecos parece que só vivem num mundo a Preto e Branco. 


E como somos todos muito unidos, fez-se este Cartão de Natal com a malta toda para mandar às empresas que nos receberam neste último trimestre para fazermos os trabalhos das cadeiras. É engraçado porque parece uma família, bastante diferente das turmas de toda a malta que anda para aqui a fazer Erasmus.

A bebida típica aqui dos Suecos, Glögg! Mais uma pausa com comidinha da Faculdade. Com e sem álcool, porque há várias culturas para respeitar.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Apesar de ter sido feriado em Portugal, a Escandinávia não pára. Se é semana, é a todo o gás, e hoje foi um dia cheio de emoções.

No entanto, ficou a faltar a descrição da procissão com tochas para a qual os alunos internacionais foram todos convidados. Ainda éramos una quantos e com tanto fogo foi uma sorte aquilo ter corrido bem. Também nada pegava fogo com o fresquinho que se fazia sentir. A razão de tal aparato era a abertura da época natalícia da cidade mais festiva do norte da Europa. De facto a praça estava composta, o que me surpreendeu, os alunos tinham lugares privilegiados, o que também espantou e o espectáculo era fraquinho, o que sem dúvida estragou tudo depois de um passeio pela avenida com tochas, polícia a parar carros, etc.

Como a parte final estava a entrar no ridículo a fuga teve de ser o passo seguinte. A direcção às 6 da tarde de uma sexta-feira é previsível, after work. Desta vez, finalmente fui ao brasileiro no museu da Cultura que tinha uma espécie de biombos engraçados, com fotos no blog. Sabe bem chegar a um sítio, falar Português, comer carninha parecida à nossa e tudo o resto.

Sábado é que não foi assim um dia tão bom. Depois de acordar e dar uma limpeza geral ao quarto, aspirar e passar com a esfregona, era preciso trabalhar. Então fui com o Ci e o Ramilo ao banco para aproveitar para fechar a minha conta. Passou-se uma situação caricata em que tentei poupar 5€ do Ramilo. Mas a petrificação na cara do bancário quando lhe descrevi em 5 palavras a simplicidade do plano que fazia o patrão dele não ganhar aquele dinheiro foi de tal ordem que parecia berrar "Eu nunca tinha visto ninguém com um pensamento destes.". A resposta foi só e apenas "But that is not the way it works!".

A seguir fomos encher a barriguinha e ver ali um ring de gelo para patinar para depois voltar para casa. Foi aí que tentei pôr-me a trabalhar e a dor de cabeça apareceu. Ferrei a dormir por 3h e meia em que nada nem ninguém me acordou. Mesmo assim, quando acordei, enchi-me de coragem e foi ter com eles à Viktor Ridberg e ainda estive lá umas 3horas a jogar cartas, mas comer que é bom, boca.

No domingo foi necessário dormir de novo a sesta porque a cabeça estava a dar de novo os ares da sua graça, mas apenas 1h e meia chegou, até porque não havia mais tempo. O Liseberg, parque de diversões, era o ponto de encontro e lá íamos nós vermos um Christmas Market, coisa habitual nestes países. Muitas luzes, muita música e como não há neve, tudo estava branco com o auxílio de neve artificial. Subimos à torre panorâmica para ver a vista, parámos junto às braseiras para nos aquecermos e no meio ainda pude comer "cotton candy". Confesso que com luvas era impossível, e sem luvas era de parvos. Dedos congelados, mas felicidade porque há muito que já não comia aquilo.

E agora, o dia de hoje! Começou por uma guest lecture com a CEO de uma concorrente da SGS, empresa que aluga estes quartos para estudantes onde estou instalado. Então mostrou-nos todas as vantagens dos serviços deles bem como as preocupações para com os inquilinos e as soluções que eles utilizavam, puro marketing. Apenas foi bom para perceber que uma empresa, proprietária de mais de 15000 apartamentos, necessita de muitos engenheiros mas também de sociólogos, psicólogos, canalizadores, electricistas, etc. Até aqui tudo normal. O melhor foi mesmo a aula a seguir, que foi por vídeo-conferência com um professor da Universidade de Reading, UK, que infelizmente tinha o tempo limitado porque o equipamento utilizado estava reservado para outro professor depois daquela aula. No entanto as ideias deixadas no ar, depois de alguma explicação da conjuntura económica do mundo e de roçar novamente o tema do ambiente, foram, na minha opinião, extremamente boas:

  • Não ficar deprimido, o mundo não vai acabar  vai mudar;
  • E preciso estarmos preparados para a mobilidade
  • E preciso sermos mais flexíveis;
  • Conceito de coopetition, novo para mim e
  • How can we think differently?

Ainda falou da necessidade de comunicações serem feitas de um modo rápido e da existência de empresas especializadas apenas em permitir que tal aconteça, possuindo meios para tal e dando apoio às empresas que as contratam.

De tarde tive a tristeza de, enquanto aluno, perceber a maneira dos suecos viverem. A competitividade existe e há alunos que a levam ao exagero. Depois de alguma discussão sobre o método de avaliação e dos trabalhos de grupos, surgiu da parte de uma Sueca uma questão descabida e na minha opinião ridícula. Como poderia fazer queixa de um colega que não tinha trabalhado tanto no trabalho de grupo e que na opinião dela não merecia a mesma nota. Ora bem, é verdade que aqui no início de qualquer trabalho de grupo assinamos uma declaração de ética no qual nós próprios dentro de grupo decidimos que pontos são importantes, como no meu caso, cumprir as horas estipuladas e respeitar os textos escritos pelos outros. Também é verdade que para esta cadeira vou ter de escrever amanhã um texto de 250 palavras a comentar o desempenho do grupo como um todo e a descrever situações boas e más no decorrer do desenvolvimento do trabalho. Mas daí a uma catraia de 25 anos que está a fazer o mestrado em Project Management querer fazer queixa porque nem o próprio grupo consegue gerir… vai, na minha opinião, um grande passo.

Foi isto que tornou o meu dia differente. Por um lado uma aula com um professor que disponibilizou tempo no Reino Unido para uma cambada de putos, estudantes que estão a tentar aprender alguma coisa e por outro, uma moçoila que não tem dois dedos de testa para percebe o que é uma situação ridícula. À menina é que a nota devia ser piorada por ter um comportamento daqueles na aula.

domingo, 7 de dezembro de 2008

A entrada do parque onde há o Christmas Market!

A Malta


A torre panorâmica




As fogueiras para a malta se aquecer.


sábado, 6 de dezembro de 2008

O sítio que descobrimos para partir poder partir uma perna antes de voltar para Portugal, esse grande país. Mas a questão é quando vamos ter tempo para lá ir…


sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Há paredes, divisórias, biombos e BONECOS!



Cá vamos nós, como estudantes internacionais que somos, dar início à procissão carregando tochas pela avenida principal de Göteborg.




quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

WHO KILLED THE ELECTRIC CAR??

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Está perto, muito perto o final!

E começa a haver alguma preguiça no que toca a arrumar coisas e até nas idas ao supermercado… Publicitei que ia fazer as comprar logo a seguir a enviar o último e-mail e o que é facto é que só fui hoje antes de vir para casa.

No domingo acabei por dormir uma sesta considerável que me tirou o sono para a noite. De modo a não perder tempo pus-me a ver um filme que tem tudo a ver comigo, "Uma verdade inconveniente". Finalmente me iniciei nesta prática de ver filmes no PC. Foi preciso fazer o download dos codecs, pedir o filme, pedir para sacarem as legendas e por aquilo na mesma pasta. Foi uma trabalheira, mas fiquei feliz porque, "sozinho", sim porque estava sozinho quando fiz isto, consegui chegar à minha meta, que, quando envolve computadores, normalmente está muito longe.

Dormi pouco, mas segunda-feira às 9horas da manhã estava nas aulas. E à hora de almoço chegou-me a confirmação que as empresas em Portugal têm ainda de dar um grande passo para chegar ao nível das de aqui. Não é que, no edifício da associação de estudantes, havia um stand da Ericsson onde se ofereciam massagens aos alunos que lhes dessem os dados pessoais como, telefone, e-mail, morada, etc. Como se não chegasse, nesse mesmo sítio, no dia seguinte à mesma hora ofereciam 1 Kanelbulle a cada estudante.

Para que a minha ideia sobre os suecos fosse ainda melhor, ao ponto de dizer que eles são impecáveis, na segunda-feira pus um recado escrito no verso de um envelope na caixa de correio da espécie de escritório que há lá em baixo na entrada do prédio. Com medo que os dois problemas descritos não fossem resolvido até fiquei a pensar que se calhar devia ter escrito a data para depois puder ir lá perguntar quando tudo estivesse na mesma. Apenas dois dias foram precisos para que tudo estivesse tratado. Como é óbvio que já lá deixei um agradecimento, uma vez mais, no verso de outro envelope. Deve valorizar quem faz estes pequenos trabalhos de desentupir canos e substituir lâmpadas mais complicadas, porque facilitam muito a vida.

E pouco mais posso contar, a não ser que quando estava a vir para casa, a pé, do supermercado olhava para cima e mesmo vendo abertas continuava sempre a chover. E que quando cheguei a casa ouvi novamente aquele barulho das carrinhas dos gelados e como não era a primeira vez, decidi ir à janela. Pois é, aqui também há essas coisas!

Sem mais demoras, vou ler umas coisas da faculdade…

Pois é, hoje fui o terceiro a chegar à sala 15 minutos antes do início da aula e ao ver isto fiquei ..... estarei a ficar Sueco?


E depois de andar aqui a adiar a ida ao supermercado, já tenho alguma fruta de novo em casa!