segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Fica então a faltar menos de um mês, e o facto de estar longe tem-me feito sempre pensar que é uma oportunidade a aproveitar.

Dois fins-de-semana de passeio seguidos tornam a vida um pouco mais complicada, exigindo logística, poucas horas de sono e ainda algum stress.

Às 22h de sexta-feira 21 de Novembro, dia da partida, eu encontrava-me junto à corda da porta do Hard Rock Café de Gotemburgo a tentar contactar o Nuno que estava na parte confortável deste espaço, o interior. Foi a minha primeira experiência em termos de ser barrado. Até percebo o porquê de tal atitude da parte do porteiro, uma vez que eu tinha o trólei para a viagem comigo. Agora utilizar a desculpa que tenho menos de 25 anos é que não é muito bom. No entanto nada abalava a minha boa vontade, ia dormir num autocarro, em condições desconhecidas. O Nuno lá apareceu e deixei-lhe as chaves do meu quarto.

Uma vez que com o trólei na zona dos bares não ia ter sorte, decidi ir ter a casa ou do Vicky ou da Carla para fazer horas até à partida. Ambos faziam parte do grupo para este passeio.

Meti-me no autocarro em direcção àquela zona da cidade e comecei a telefonar ao Vicky que durante 5minutos de tentativas nunca atendeu. Foi então que tentei a Carla, que prontamente respondeu e me disse que podia ir lá ter e esperava enquanto acabava de arrumar tudo. Foi já no caminho para casa da Carla que ao passar pela janela do Vicky o vejo a chegar ao quarto, a pegar no telemóvel, e a começar a ligar a alguém. Passados 3 segundos, começa no meu bolso uma música! Nisto faço-lhe sinal e lá veio ele à janela. Acabámos os 3 na cozinha dele a conversar enquanto eles jantavam. Foi no meio desta conversa que a Teresa nos telefonou a dizer que por ela estava tudo a horas, mas que o Barbosa, o quinto tripulante, já andava aos pulos de alegria no andar de cima, e que portanto não sabia se ele iriam chegar a horas porque a bebida podia alterar a noção do tempo.

Depois de jantarem, e após muitos comentários da Carla relativamente à nova vista que o seu quarto contempla devido às árvores serem de folha caduca, decidi ir ver tal maravilha. O Vicky ainda insistiu para deixar as minhas coisas no quarto dele, mas quem me conhece sabe que eu nunca iria fazer uma coisa dessas. Controlar tudo o que me pertence de uma forma considerada exagerada pode por vezes ser uma maneira de me descrever. Fui então, levando as coisas comigo, contemplar a vista, que de facto é bastante diferente da anterior, mas de qualquer maneira, muito rafeirosa para quem vive num 13º andar e só vê verde. De lá, pelas 1h45 combinamos pelo skype com o Vicky estarmos a ir para a paragem daí a 15 min, e como a janela do quarto dele ficava no caminho, o chamaríamos.

Lá nos encontrávamos nós no meio da rua a gritar para a janela uma vez que os telemóveis não estavam a conseguir estabelecer ligação. É sempre em alturas cruciais que eles falham. A Carla, um pouco pessimista e desanimada dizia que ele tinha adormecido, ou que lhe tinha acontecido alguma coisa. Estatelado no chão é que ele não estaria, pensava eu até porque não era a primeira vez que presenciávamos tal situação que sempre tinha tido um bom desfecho, o que me fez manter a calma e tentar induzir na Carla esse mesmo estado de espírito.

A hora do autocarro estava a chegar e esse era o último que podíamos apanhar para estar a horas na Central Station. Foi então que pensando no que estou sempre a dizer, “amigo não empata amigo”, dei o braço a torcer e disse à Carla para irmos apanhar o autocarro e que ele diria qualquer coisa mais tarde ou no dia seguinte. De facto o autocarro passou antes da hora e não estivemos mais de 2 minutos na paragem.

Foi ao longo de toda a viagem até ao centro que lhe tentei ligar e mandar mensagens e sempre sem conseguir qualquer resposta uma vez que a ligação não era estabelecida. De repente, cerca de 15 minutos antes da partida para Copenhaga, a ligação é estabelecida, e depois de alguns segundos a resposta não aparece. No entanto, na chamada seguinte, finalmente ele atende com um ar bastante abananado, como quem está a passar por um momento difícil e pergunta onde estou e que horas eram. Depois de obter a resposta desligou e eu fiquei sem saber informações sobre o que se passava.

Estávamos os 3, eu a Carla e a Teresa no local combinado à espera do que se iriam passar com os outros 2 interessados neste passeio. Últimos preparos, idas à casa de banho, alguns telefonemas para saber do paradeiro dos restantes e eis que surge o Barbosa, com ainda alguns minutos de segurança relativamente à partida. Também apareceu a informação vinda do nada que o Vicky estaria a ter problemas com a namorada, cuja existência eu desconhecia até então, e que já não iria.

Descobrimos qual era o autocarro e entramos depois de por as coisas cá em baixo. Dei o papel com os bilhetes e a Carla disse que um não viria, ao que eu acrescentei que não sabíamos se viria. Entrar naquele autocarro ou aterrar num campo de refugiados era quase a mesma situação. Já vinha de Oslo e muita gente estava a ocupar bancos de duas pessoas. Foi então necessário decidir quem seriam os 4 contemplados que iriam ter de interromper não só o seu sono, como a posição confortável em que se encontravam.

Enquanto vivíamos esta situação mista de gozo e tristeza, por incomodar mas também por tomar conhecimento das condições deploráveis, entra alguém no autocarro e aparece atrás de mim dizendo que lhe desse 150 coroas suecas. Foi uma situação tão rápida e estranha nem reparei que estava a falar português e que o Vicky que tinha chamado um táxi. Ao que parece, até teve de chatear o homem para carregar no acelerador com mais força, coisa que não acontecia. Quanto me apercebi de toda a situação, virei-me e vi o táxi parado em frente ao autocarro de modo a que este não pudesse avançar. O problema era que nem sempre o dinheiro de plástico funciona e era necessário em efectivo. O moço só tinha adormecido e por isso gastou num táxi tanto quanto gastou no bilhete de ida para Copenhaga.

Mesmo tendo havido agradáveis surpresas, a noite não foi de todo confortável! Houve uma paragem poucos quilómetros após Gotemburgo, onde só saíram pessoas, o que nos permitiu não só algum ajuste nos lugares mas também um incremento de conforto. Agora viajávamos todos perto uns dos outros e era possível ouvir algumas conversas. Durante a noite deu para ver que a neve estava a dar os ares da sua graça, uma vez que tudo estava branco e ficaram até célebres frases como: “Eu não gosto de coisas apertadas!” ou ainda conversas sobre móveis.

Depois de passar a ponte onde o vento fazia o autocarro desviar constantemente a trajectória, a manhã chegou e com ela, vinha uma nova cidade, forrada de branco e com o sol a querer brilhar. Sim porque às 7h30 o sol não nasceu mas já há 5 parvos a querer ir passear em Copenhaga. A paragem era perto da Central Station e parvoíce nossa pensar que alguém dava informações àquela hora.

Só para marcar logo ali a questão, fomos à casa de banho e não pagámos. Lógico que as raparigas não foram capazes de cometer tal loucura. Depois era necessário encontrar o hostel cuja única informação que tínhamos era a morada. Quem me conhece sabe que me pus logo a mexer para que esse assunto se resolvesse rápido, mas a minha eficiência nesse dia estava a encontrar muitos percalços.

A primeira tentativa foi numa espécie de bilheteira onde descobri que havia um autocarro, apenas a senhora não me sabia dizer onde era nem tinha um mapa para me dar. Decidi então a tentativa de um hotel, uma vez que era turista. No primeiro, mais uma vez não tive sorte, arranjei um mapa, mas não a informação que pretendia e foi então no segundo hotel que o gerente foi impecável e andou comigo à procura da rua. Escusado será dizer que para todos os efeitos dizia sempre que ia para casa de um amigo, mas ele não tinha o telemóvel ligado. Enquanto isto, cada vez que chegava cá fora estavam eles a tirar fotos com a neve.

A distância a pé era cerca de 20 minutos e como àquela hora pouco havia para ver optámos por percorre-la. Muito boa opção, pois aproveitámos bastante a vista ao longo do canal e a única altura do dia em que não vimos muitos carros. As fotos tornaram o passeio mais longo do que o esperado, mas o objectivo traçado foi atingido com o mapa disponibilizado.

A aparência do hostel era normal e o atendimento simpático. Emprestei um cadeado à Teresa para por na mochila e das três chaves que ele trazia, tirei uma para ser eu a guardar. Deixámos os nossos pertences num local exterior para esse efeito, o que até foi bom para conservar o salame de chocolate e manter a água fresca e seguimos as indicações que nos deram para voltar para o centro. Mas o café que apareceu pelo caminho era tão apelativo que não resistimos e fomos tomar o pequeno-almoço. Lá estivemos mais de meia hora no quentinho à conversa até que alguém disse “Bom!”. Era nestes momentos que o Barbosa revirava os olhos, porque se adivinhava sempre uma alteração no estado em que estávamos. Lá saímos e continuamos o passeio onde passamos por um parque todo branco até chegarmos à praça principal, à frente da câmara municipal. Foi aqui que a Teresa reparou que já tinha perdido as duas chaves do cadeado da mochila e portanto novamente esta minha mania de me preocupar com tudo e todos revelou ser boa para o grupo. Estou com isto quase a dizer que sou o maior, e sim podem acreditar…

A seguir, fomos ao ponto de turismo onde decidimos fazer um passeio num autocarro de sightseeing e ainda passamos pelo Hard Rock para ver.

Enquanto o tempo passava até ao início do passeio, fomos ver umas lojinhas e devido ao frio que estava o Barbosa acabou por comprar umas luvas e umas meias que não tardou em calçar. Lá chegou a hora do passeio que nos levou a um sítio que muitos esperávamos ver, a Little Mermaid. É verdade, posso dizer que de little até tem bastante, mas que podemos fazer, há tantas coisas pequenas que a sociedade faz serem tão grandes… Para mim, posso dizer que foi uma desilusão até porque já foi desmembrada uma vez e até decapitada por duas vezes.

Como saímos do autocarro e era preciso esperar pelo próximo aproveitámos para ir passear pelo Kastellet que tem uma forma de estrela e foi aqui por uma questão de frio que tanto os dois elementos femininos como o Barbosa não aproveitaram para subir e contemplar a boa vista nos topos dos montes relvados que se encontravam cobertos com uma espessa camada de uma fofa neve branca. A sensação de caminhar sobre estes campos e os locais que vivos são inexplicáveis. Foi a descrever tudo isto aos três que voltámos para o autocarro e continuámos a ver a cidade. Senti que tinha perdido os phones que nos tinham oferecido no início da viagem e então fiquei bastante preocupado, não só porque isso é extremamente raro acontecer-me, mas também porque a Teresa passava a ter razões para me mandar bocas.

Todos se encontravam cansados e alguns até dormiram perto do final. Com o por do sol e o frio que se fazia sentir foi unânime a decisão de entrar no restaurante mesmo à frente do final do trajecto do transporte que com o auxílio de headphones nos descreveu bastante da cidade. Erro crasso, porque um almoço num dia frio a uma hora tardia de um grupo que está com fome num restaurante em que o serviço não é rápido pode demorar mais de duas horas. Eu, por oposição ao Barbosa, mantive sempre o meu estado de stress cada vez que o empregado não ouvia, até porque a única vez que um empregado foi extremamente prestável durante a refeição, fez questão de explodir um copo de vidro temperado em cima da nossa mesa, copo esse que se desfez em dez mil pedacinhos não cortantes. Foi boa aquela calminha da refeição, não muito cara e com uma sobremesa a condizer.

Chegou a hora então de tratar do meio de transporte para voltar para Gotemburgo no dia seguinte e já agora para casa nesse dia à noite. Voltámos ao centro do nosso mundo e deixamos lá mais uma pipa de dinheiro que nos permitia ter acesso à utilização do comboio e dos autocarros. Assim, e mais descansados lá fomos mais uma vez passar pela praça da câmara municipal e seguir em direcção às ruas onde as iluminações de natal estavam no seu máximo esplendor.

Como tínhamos almoçado há para lá de uma hora e meia, decidimos comer uns crepes enquanto passeávamos. Ainda vimos um restaurante com nome português mas infelizmente com uma cozinha típica sueca. Portanto, foi um passeio um tanto vago e sem conteúdo à excepção de três situações porque estava tudo fechado. A primeira foi de eu quebrar o ritmo da caminhada por ter ido pedir um saco a um supermercado, que trouxe sem pagar; a segunda foi uns homens vestidos de índios a tocar umas músicas no meio da rua onde um comboio turístico parava para os turistas gastarem dinheiro, tal como se vê sempre ao sábado aqui em Gotemburgo; e a terceira, sim senhor diferente, foi o momento em que nós nos sentimos umas ovelhinhas quando uma manada de elefantes passa. Estávamos os seis a andar, porque a Carla tinha lá um amigo, e de repente tudo a nossa volta eram mulheres. Umas bem vestidas e bonitas e algumas mais robustas que outras.

Com isto, apenas passadas três horas do término do almoço, já estávamos à procura de local para jantar. Todos nós só sonhávamos com uma caminha confortável ou não para dormir. Com este estado de espírito, qualquer local se torna bom para jantar e por isso foi quase no primeiro restaurante que apareceu que nos estabelecemos e tentando não ver o modo como se confeccionava as refeições lá pedimos o que queríamos. Mal não nos deve ter feito que uma semana depois estamos todos vivinhos da silva. E ainda nem nove horas da noite eram quando a rota foi alterada com direcção ao local da dormida.

Encontrar a paragem, esperar pelo autocarro certo, ir para casa e recuperar as coisas foi uma tarefa fácil e rápida. Mas depois disto, percebemos que as condições do local onde estávamos apenas a pagar vinte e cinco euros por uma noite, um banho quente e ainda a utilização de lençóis, não eram espantosas. No entanto o que contava era poder adoptar a posição horizontal e fechar os olhos. Foi preciso sofrer um pouco até que tal acontece-se porque toda a roupa das malas estava gelada e o quarto era simplesmente minúsculo para as nove pessoas que supostamente lá iriam dormir com os seus pertences. Já estava deitado quando tive de voltar a sair da cama para arrumar melhor as coisas depois de perceber, através da observação, que havia hipótese de alguém lhes mexer, enquanto eu dormia, por engano. Mesmo assim nada nos tirou o sono, apesar da conversa bastante interessante que os cinco tivemos antes de adormecer onde a Teresa se fartou de aprender coisas úteis e de extrema importância à cultura geral de um ser humano.

Quando abri os olhos às oito horas e meia da manhã seguinte parecia que o tempo tinha voado. Dormi que nem uma pedra e apenas acordei porque um dos restantes ocupantes do quarto que nós não conhecíamos se estava a vestir enquanto respirava de um modo tão estranho que parecia estar quase a ter um ataque. Encenei que tinha voltado a adormecer até ele sair do quarto para então aí me levantar. A cabeça da Carla, à minha semelhança, levantou-se quase de forma automática quando ele saiu. Disse-me logo que não tinha dormido bem por ainda ter na cabeça a imagem do senhor que no dia anterior estava deitado no chão com alguém a fazer-lhe massagem cardíaca. Levantei-me e foi o primeiro do grupo a explorar como funcionava a questão dos banhos na casa de banho do fundo do corredor. O chuveiro na minha opinião não era mau, uma vez que tinha pressão na água e que a área para cada pessoa era grande. Se calhar o facto de eu ser homem e ter ido apenas de boxers e com uma toalha ao ombro sem necessitar de mais coisas ajudou a não exigir muito do espaço. Já as meninas…

Voltei, respondi às perguntas sobre o chuveiro e foi a vez de a Carla ir como sempre muito autónoma. Já a Teresa passou por alguns momentos de indecisão, levar as calças ou não, já precisava dos cabides para o pijama, a toalha, as coisas de casa de banho, etc etc. Resolvi o assunto dizendo-lhe que ia com ela e que o que ela não pudesse pendurar eu trazia para trás. Foi então que se deu uma das situações mais caricatas dessa manhã. Mal a Carla ouve português dentro a casa de banho começa a perguntar muito stressada quem estava por perto, ao que respondi aquela resposta óbvia “Somos nós!”. Passados aqueles três segundos de conversa estúpida do estilo, “Mas quem?”, etc etc, ela decide abrir a porta, meter a cabeça de fora e dizer “É que me esqueci da toalha! Podes-me trazer Miguel?”. Lá fui buscar a toalha, aproveitei para trazer o pente, dei-lhe a toalha e fiquei a pentear-me em frente ao espelho. Entrou um rapaz e começou a ver se havia um chuveiro livre. Passou no primeiro e não teve sorte, foi ao segundo, onde a Teresa estava, e eu disse-lhe que estava ocupado, informação essa que ele nem registou. Foi então a vez de tentar o próximo, onde se encontrava a Carla que após receber a toalha se esqueceu de trancar a porta. Mas uma vez que ele não me ligou à primeira, desta vez não disse nada e quase proporcionei um encontro de 1º grau entre os dois. Mas a violência com que a Carla empurrou a porta pelos vistos assustou o rapaz que logo em seguida bateu em retirada.

Então agora que eu já estava quase pronto o Vicky decidiu ir para o banho e uns minutos depois o Barbosa, que deve estar habituado à tropa, levantou-se. Nem dez minutos foram precisos para que tivesse de banho tomado e com tudo pronto, mas já o Vicky encarnou na prima-dona do grupo e ao fim de meia hora no banho ouviu-me a chamá-lo e lá acordou depois de um segundo sono profundo dentro do banho. Pelos vistos de pouco serviu porque só com a abordagem mais forte da Carla ele começou finalmente o banho, depois de quarenta e cinco minutos com a água a correr.

Já estávamos cansados de esperar no hall quando finalmente o jovem apareceu com ar de sono. Fomos como planeado por as coisas no cacifo da estação e iniciar mais um dia. Faltava cerca de hora e meia para se dar início ao render da guarda e como éramos cinco deve-se contar com bastante tempo para fazer distâncias curtas. Por isso rumámos logo ao palácio na certeza porém que muitas coisas nos iam tiram a atenção pelo caminho e fazer-nos ocupar todo aquele tempo. O pior local de todos foi passar por uma feira de souvenirs, que não só nos tirou o tempo à ida, como nos fez lá voltar à volta. Bom, lá interrompemos a feira para ir ver o render da guarda que se revelou paupérrimo. No caminho ainda passamos pela Embaixada Portuguesa e como de costume tirámos 15 fotografias de todos os ângulos possíveis.

Para felicidade de todos voltar à feira não demorou muito mas o frio pouco depois do meio-dia era tanto que eu e o Barbosa acabámos por comprar um gorro cada e lá saltaram 20€ do bolso de cada um. O passo seguinte foi encontrar um sítio para almoçar e enquanto procurávamos um franchising que conhecêssemos, passamos por um local que anunciava através de fotos um buffet espantoso. Experimentámos e, na minha opinião, não ficamos lá muito bem servidos, mas a barriga encheu.

Próximo passo, passear numa zona conhecida da cidade ou ir a um museu. Houve um misto de vontade e falta dela para ambas as opções, por um lado ir passear e ver a zona proibida da cidade e com isto apanhar frio, ou ir ver o museu, quente mas talvez monótono.

Optámos pela segunda hipótese e foi assim que gastámos o tempo até perto da hora de ir apanhar o comboio.

Já na estação, depois de ver a informação no ecrã, fomos para a plataforma do nosso comboio e lá estivemos durante 15 minutos até percebermos que 5 parolos estavam na plataforma errada porque esta tinha mudado. Corremos não por estarmos atrasados, mas sim pelos lugares que pensávamos não estarem marcados até à região de Malmo, depois da ponte. Não tinha havido qualquer necessidade para tal e até deu gozo ver tanto a Carla como a Teresa a correr pelas escadas carregando as mochilas e sacos enquanto os três homens estavam descansados nas escadas rolantes.

Mais uma vez, foi no caminho que novamente algumas frases ficaram célebres, como “Já não consigo fechar as pernas” devido a estarmos a jogar cartas sentados desconfortáveis, ou ainda, na sequência de experimentar pela primeira vez um Tic Tac, surgiu a pergunta, “ Primeiro chupa-se e depois engole-se?”.

À chegada a Gotemburgo, umas horas depois, tentei o impossível e como seria de esperar não consegui. Faltava apenas um par de minutos para o autocarro que me levaria a casa passar. Ainda mandei toda a gente bugiar para me por a correr. Mesmo assim, vi-o passar à minha frente e não houve hipótese de o apanhar. Assim depois de trocar três vezes de meio de transporte e de uma caminhada pelo viaduto sobre a auto-estrada, cheguei a casa cerca de dez minutos antes do autocarro seguinte, o que constituiu a grande vitória no final.

Mais uma semana se adivinhava pela frente onde eu iria chegar por duas vezes a horas aos encontros do grupo e em que era o único burro que lá estava. Mas como com suecos nunca se sabe o que podemos esperar…

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